Estudo inédito do Empresômetro, em parceria com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação- IBPT constata que tanto o faturamento bruto, quanto a receita líquida, das empresas brasileiras em 2016 recuou aos níveis da crise mundial de 2008, sendo que 78% delas tiveram queda acentuada das suas receitas nos últimos 2 anos. Considera-se receita líquida o resultado do faturamento bruto, menos os tributos incidentes e as devoluções, abatimentos e descontos.
O levantamento tem como objetivo analisar de que maneira a crise econômica afetou o crescimento das empresas desde 2008. O estudo mostra que ao longo dos nove anos da série estudada (2008 a 2016), a receita líquida das empresas brasileiras, corrigida pelo Índice de Preços ao Consumidor-Amplo (IPCA/IBGE) permaneceu completamente estagnada com apenas uma leve margem de crescimento de insignificantes 4,4% em 2013, enquanto o PIB, no mesmo período, saltou de R$ 5,1 trilhões para R$ 6,8 trilhões ou 33,3% de crescimento.
Em 2009 o governo implementou importantes medidas a partir do ajuste SINIEF 7/05, com vistas ao combate à sonegação por meio do controle e acompanhamento das atividades empresariais, dentre as quais: NF-e – nota fiscal eletrônica, CF-e – cupom fiscal eletrônico; CT-e – conhecimento de transporte eletrônico; NFS-e – nota fiscal de serviços eletrônica, EFD – escrituração fiscal digital e, ECD – escrituração contábil digital. Dessa forma, a receita sonegada apresentou uma drástica redução, com um decréscimo estimado em R$ 1,1 trilhão (R$ 2,1 tri – R$ 1,0 tri), ou ainda, -47,61% sobre o resultado de 2008.
Em 2016, a receita líquida estimada das empresas brasileiras, em valores da série histórica e, atualizados com base no IPCA/IBGE, alcançou o valor de R$ 10,9 trilhões o que implica num crescimento negativo de – 7,62% quando comparada ao valor registrado no ano anterior, -16,79 quando comparada a 2014 e -3,54% quando comparada a 2008.
“Por meio desse estudo, podemos entender que, se o faturamento de uma empresa cresce 0,9198% ao ano, consumirá 76 anos de sua existência apenas para dobrar o tamanho da receita. A título de comparação, em economias estáveis, essa taxa de crescimento anual fica entre 3,52% e 4,72%. Dessa forma, uma empresa em condições normais de mercado, conseguirá crescer o faturamento em 100%, no prazo entre 10 e 15 anos, a depender da sua atividade e condições regionais. Assim, a economia brasileira tem um longo e árduo caminho a ser trilhado para a recuperação dos últimos 8 anos que permaneceram estagnados e, ainda com a tarefa de planejar o futuro” afirma Gilberto Luiz do Amaral, presidente do Conselho Superior e Coordenador de Estudos do IBPT .
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