Tributação e Inteligência de Negócios

20/06/2017

A importância de transformar dados em conhecimento, para que sua empresa se torne mais inteligente.

Em 2009 o governo implementou importantes medidas a partir do ajuste SINIEF 7/05 (que criou a Nota Fiscal Eletrônica) com intuito de combater melhor a sonegação. A partir de 01/01/12, a obrigatoriedade de emissão de NF-e foi estendida a todas as operações, para os estabelecimentos atingidos pela obrigatoriedade de emissão parcial de NF-e, conforme publicado na Norma de Procedimento Fiscal n. 058/2011. Essa inteligência Fiscal teve bons resultados na receita sonegada pelas empresas brasileiras em 2016, com um decréscimo estimado em R$ 1,1 trilhão (R$ 2,1 tri – R$ 1,0 tri), ou 47,61% sobre o resultado de 2008.

Hoje a maior parte da BigData está nas mãos do governo federal, no entanto o que poucos sabem é que podemos acessar tais informações através do uso da Lei de Acesso à Informação (Lei no. 12.527/2011). Um exemplo disso é a própria NFe, a qual pode ser consultada facilmente no Portal da NFe (nfe.fazenda.gov.br), bastando ter a chave de acesso de 44 dígitos da mesma. Porém, esses dados de maneira bruta, podem não ser úteis sem o auxílio de Business Intelligence, que nos fornece um conjunto de metodologias e processos que transformam uma grande quantidade de dados brutos em informação útil para a tomada de decisões estratégicas.

A partir da vigência da Lei de Acesso à Informação em 2012, no IBPT e no Empresômetro, passamos a capturar, armazenar e analisar volumes exponencialmente crescentes de dados, que hoje já atingem 1,5 pentabytes (1,5 mil terabytes). Em 2016 foram emitidas 2.425.544.452 Notas Fiscais Eletrônicas por mais de 1,35 milhão de estabelecimentos.  Metade de todas as NFEs emitidas em 2016 foram feitas por empresas que estão classificadas em 25 CNAEs.

Então até agora temos muitas informações à disposição e o Business Intelligence para nos ajudar com tais informações. Um exemplo de como podemos utilizar ambos é o seguinte: Os tributos relacionados à lucratividade das pessoas jurídicas são o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL.  Assim, ao verificar a arrecadação destes tributos por CNAE é possível saber quais são os ramos de atividades que estão com maior lucratividade. Vigora a mesma lógica ao se analisar a arrecadação da Contribuição Previdenciária e FGTS, com o fito de saber a massa salarial de cada CNAE e do PIS e da COFINS, para identificar a receita ou faturamento das empresas por CNAE. E Como as arrecadações tributárias também são divulgadas por estados e municípios é possível identificar os principais dados econômicos de empresas ou conjunto de empresas

Junto a tudo que foi dito até aqui, temos a Mineração de Dados que irá nos proporcionar a inteligência de mercado, que tanto nos é necessária no cenário atual. Portanto, um conjunto de dados, mesmo que BigData, só terá valor se for organizado, estruturado, analisado e cruzado, passando a ser então uma informação. As informações por sua vez, devem ser cotejadas entre si ou com outras informações, resultando assim, em projetos que são testados em várias situações e gerando conhecimento.  E o conhecimento de mercado é que o levará à inteligência de negócios.

Para finalizar, se cruzarmos todas essas informações disponíveis, dentre elas públicas e abertas (especialmente as relacionadas a tributação das empresas) teremos então o principal instrumento que agrega valor e poderá levar ao conhecimento de qualquer mercado de produtos ou serviços.

Fonte: Linkedin – Dr. Gilberto Luiz do Amaral

Confira o texto na íntegra aqui.