VENDA DO ETANOL CRESCE APÓS A PARALISAÇÃO DOS CAMINHONEIROS

11/07/2018

Como a greve nacional dos caminhoneiros afetou a venda do etanol

Em meados de maio de 2018, o Brasil viveu uma das maiores crises de combustível da história do país em decorrência da paralisação nacional dos caminhoneiros, com duração de 15 dias – de 18 de maio, quando a greve foi anunciada, até o dia 1º de junho em que foi encerrada no Porto de Santos.

A paralisação aconteceu em decorrência da insatisfação dos motoristas de caminhão com os frequentes ajustes e não previsibilidade mínima nos preços dos combustíveis.

Os impactos financeiros, durante e após a greve, foram e têm sido de grande escala, afetando diversos setores da economia. Entenda a extensão das consequências da paralisação no aqui. No entanto, a falta de combustível nos postos de gasolina de todo o país provocou nos motoristas uma preocupação em não deixar o tanque vazio. O resultado desse comportamento foi um aumento considerável na venda do etanol.

De acordo com dados divulgados pela Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar logo nos primeiros quinze dias após a greve, o consumo do etanol atingiu o recorde de 1,41 bilhão de litros apenas na região centro-sul. Esse número representa um aumento de 48,15%, em comparação com mesmo período em 2017, em que foram vendidos 952,35 milhões de litros.

A comercialização do etanol hidratado – etanol comum, vendido diariamente nos postos de gasolina, que registou um crescimento de 66,54% em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram comercializados 907,07 milhões de litros em 2018 e, no ano anterior, esse chegou apenas em 544,67 milhões de litros.

Já a venda do etanol anidro – misturado à gasolina, apresentou um crescimento de 23,57%, contabilizando 503,79 milhões de litros, em comparação com os 407,68 milhões de litros comercializados no mesmo período no ano passado.

Produção de cana-de-açúcar

Os dados revelados pela Unica mostram, ainda, que os índices de produção de cana-de-açúcar, por conta dos dias perdidos de produção durante a greve, que somam, aproximadamente, 4 dias e meio. Algumas regiões sofreram mais com a paralisação: o Estado do Paraná acumulou uma perda de dez dia de produção, devido justamente à falta de diesel e de outras matérias-primas necessária para a sua produção.

Calcula-se que na segunda quinzena de maio de 2018, 32,38 milhões de toneladas de cana-de-açúcar foram moídas.

A expectativa para o mesmo período no mês seguinte era de 45 milhões, no entanto, apenas 42,03 milhões de toneladas. Apesar da queda, a produção teve um crescimento de 6,4% em relação ao mesmo período de 2017.

O relatório considera que a maior parte da produção de cana-de-açúcar é destinada para produzir etanol: 64,98% da safra vai para a indústria de combustível, enquanto apenas 35,02% é utilizada na manufatura de açúcar.

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