A mitologia asiática inspirou na mentalidade da Europa medieval lendas e fábulas acerca de uma criatura mítica e fantástica, que, séculos depois, viria a conquistar o imaginário popular global. Sim, estamos falando dos unicórnios: seres fictícios de imensa pureza e raridade que, atualmente, estampam uma infinidade de produtos de diferentes indústrias e protagonizam um sem número de produções cinematográficas e narrativas literárias.
Com tantas representações, parecia não haver mais um único lugar inusitado para estas lendas emprestarem sua imagem. Até que, em 2013, começou o burburinho sobre startups unicórnios despontando no mercado econômico!
O que são Startups Unicórnio?
Startups são modelos de negócios inovadores, tecnológicos, com grande potencial de crescimento e que, por causa de seus produtos e serviços pioneiros, fáceis e rápidos de replicar, possuem baixo custo de investimento.
Essas empresas costumam apresentar soluções criativas para problemas e dificuldades comuns ao cotidiano de milhões de pessoas e este é um diferencial competitivo que viabiliza expansões tão promissoras: seu público consumidor é imenso e suas propostas são acessíveis e práticas.
Bom, e as unicórnios? Elas nada mais são do que startups que alcançaram seu primeiro bilhão como empresas de capital fechado. Ou seja, negócios que arrecadaram um bilhão de dólares ou mais antes de ingressar na bolsa de valores e fazer uma oferta pública por suas ações, abrindo seu capital.
O conceito foi elaborado pela investidora-anjo Aillen Lee, em 2013, que compara a rápida e alta valorização destes modelos à rara e lendária figura mitológica do unicórnio.
Mas não fica por aí. Essa conceitualização logo teve que pensar em novos termos para dar conta de startups ainda mais raras e valorizadas: as decacórnios e as hectacórnios.
Sendo as primeiras, empresas que alcançaram mais de 10 bilhões de dólares antes de fazer a IPO (Initial Public Offering) – como é o caso da Uber – e as segundas, startups que ultrapassaram a casa dos $100 bilhões.
Cenário nacional e internacional das startups unicórnio
Há 7 anos, quando Aillen criou o termo, foram identificadas apenas 39 startups unicórnio no mundo, sendo o Google uma das pioneiras.
Já em janeiro de 2019, a CBInsights contabilizou mais de 325: um forte indício de que o mercado global está favorável a estes modelos de negócios e, em boa medida, estimulado por eles.
O cenário brasileiro repete a mesma tendência e projeta expectativas cada vez maiores de crescimento e desenvolvimento para o setor.
Em 2018, o país ganhou suas primeiras unicórnios e viu um “boom” sem precedentes de startups em território nacional.
Segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), nos últimos cinco anos, o número destes modelos de negócios triplicou, num crescimento de 207%: atualmente, contamos com mais 12 mil, das quais 11 são unicórnios.
O cenário se mostrou ainda mais promissor em 2019, quando o Brasil foi apontado como o 3º maior criador de empresas unicórnios do mundo, atrás apenas de China e Estados Unidos, de acordo com levantamento do Crunchbase Unicorn Board.
Entre as startups unicórnio e decacórnio no país estão: Nubank, Ifood, PagSeguro, 99Táxi, Ebanx e QuintoAndar.
Principais características de uma startup unicórnio:
– Alta valorização em capital fechado, com avaliações acima de $1 bilhão;
– Investimento em tecnologia e inovação para apresentar soluções diferenciadas ao mercado.
– Pioneirismo: estes modelos de negócio costumam, graças ao investimento em inovação, gerar tendências e manter boa dianteira em relação àquilo que está sendo pensando e lançado no mercado. Este é um diferencial competitivo que sempre garante boa posição de vantagem.
– Foco no cliente: startups unicórnios centram seus produtos e serviços na experiência do consumidor e, portanto, prezam pela acessibilidade e praticidade. Suas ideias e criações produzem soluções simples e criativas para a rotina social, sanando dificuldades, entraves e aborrecimentos comuns.
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